terça-feira, 20 de maio de 2008

Desemprego entre jovens é três vezes maior do que entre adultos, mostra estudo.

Um estudo divulgado nesta terça-feira, detalha uma realidade que os jovens já percebem, na prática, a falta de emprego. Segundo pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o desemprego entre jovens de 15 a 24 anos é 3,5 vezes maior do que entre os trabalhadores considerados adultos, com mais de 24 anos. O estudo foi organizado por Jorge Abrahão de Castro e Luseni Aquino.

A taxa utilizada pelo estudo é de 2005 --para permitir a comparação com outros países-- e apresenta crescimento em relação a anos anteriores. Em 2000, o desemprego dos jovens era três vezes maior ao dos adultos, em 1995, 2,9 e, em 1990, 2,8 vezes.

O desemprego entre os jovens no Brasil também é um dos maiores entre dez países pesquisados, em relação a situação dos adultos, perdendo para a Itália (3,9), Suécia (3,8) e para o Reino Unido (3,6).

Abaixo do Brasil estão: Argentina (3,1), Estados Unidos (2,8), França (2,7), Espanha (2,6), México (2,4) e Alemanha (1,4).

O índice de desemprego entre os jovens é de 19%, aponta a pesquisa, a maior dos anos pesquisados: 18% (2000), 11% (1995), 7% (1990) e 6% (1985).

De acordo com o estudo, o desemprego é maior entre os jovens porque a demissão desses trabalhadores tem um custo mais baixo para as empresas e porque, por terem menos experiência, podem ser considerados menos "essenciais".

O dado, no entanto, é confrontado pela pesquisa pelo fato de os trabalhadores mais jovens apresentarem, em média, mais atributos de escolaridade na comparação com os mais velhos.

Os pesquisadores ressaltam, portanto, que, em um período de rápida transformação nos processos produtivos, as empresas podem ver vantagens em contratar funcionários com menos experiência.

Metade

Em 2005, 46,6% dos desempregados eram jovens, contra participação de 43,8% em 2000, de acordo com estudo. Em 1995, no entanto, os jovens eram 51,1% dos desempregados.

Esse índice é o mais alto na comparação com outros países pesquisados, à frente de México (40,4%), Argentina (39,6%), Reino Unido (38,6%), Suécia (33,3%), Estados Unidos (33,2%), Itália (25,9%), Espanha (25,6%), França (22,1%) e Alemanha (16,3%).

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