Semana começa com protesto de professores.
(Da Redação) - Está confirmado para amanhã, a partir das 20 horas, o início da greve, por 24 horas, dos professores da rede municipal de Santa Gertrudes. Representantes da categoria vão estar no plenário da Câmara Municipal, onde será realizada mais uma sessão ordinária, em que será decretado o início da paralisação.
O protesto dos professores da rede municipal pode deixar cerca de 6 mil alunos sem aulas amanhã. A prefeitura, através da Secretaria de Educação, reage alegando que as aulas não vão ser suspensas devido ao protesto dos educadores. Se for necessário, comenta o titular da pasta, Melhem Carlos Simão, outros profissionais vão ser convocados urgentemente.
Professores atribuem o descontentamento com o Governo Valtimir Ribeirão ao projeto que trata da revisão do Plano de Carreira do Magistério. De acordo com os profissionais entrevistados pelo JC, o projeto deveria ser enviado à Câmara Municipal no final do ano passado, mas até o momento o mesmo não foi votado.
Para agravar ainda mais a situação, o prefeito não poderá mais reajustar os salários a partir de terça-feira, dia 8 de abril, por conta da legislação eleitoral. "A categoria está inconformada com o ocorrido. Por isso, vamos protestar", comenta a professora Edna Jorge, da União Nacional dos Servidores Públicos do Brasil (UNSP).
As conversas sobre a revisão do plano de carreira evoluíram em 2005, época em que Euzilaine do Carmo Chamon atuava como secretária da Educação em Santa Gertrudes. "Chegamos a um produto final, o qual foi protocolado no mesmo ano", recorda-se Edna.
Em outubro de 2007, comenta a professora, a administração municipal enviou outra proposta à categoria, a qual foi elaborada pela Secretaria da Educação, comandada por Melhem Carlos Simão.
Professores não aceitaram a nova proposta. "Não entramos em acordo devido a problemas detectados", salienta Edna. "As progressões horizontal e vertical foram desconsideradas na nova proposta", acrescenta.
Na proposta original, elaborada em 2005, a progressão ocorre de duas maneiras: pelo tempo de serviço (a cada 5 anos) e através da formação acadêmica com benefícios vinculados ao avanço profissional através da especialização.
De acordo com Edna Jorge, outra questão que gera descontentamento na categoria está vinculada ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Segundo ela, professores estavam recebendo repasses trimestrais referentes às sobras do fundo. "No último semestre de 2007, os repasses não foram feitos", afirma.
Ainda, segundo a professora, as contas do Fundeb do último trimestre de 2007 foram reprovadas pelo Conselho Municipal, órgão que faz os acompanhamentos dos gastos. O piso salarial dos professores de Santa Gertrudes, comenta Edna Jorge, gira em torno de R$ 1 mil.
Para o secretário da Educação, Melhem Simão, o protesto da categoria não se justifica, pois o reajuste nos últimos quatro anos foi superior a 50%. Sobre as polêmicas citadas pelos professores com relação à revisão do Plano de Carreira do Magistério, Melhem comenta que os educadores e sindicalistas quiseram indeferir as observações feitas pelo departamento jurídico da prefeitura.
Fonte: Jornal Cidade de Rio Claro - 06/04/2008 - Redação